Denny Silva, uma brasileira natural de Irará, na Bahia denunciou ao Na Rua News que está sendo vítima de racismo desde que se mudou para Portugal, há cerca de oito anos. Embora os ataques preconceituosos tenham sido frequentes, um episódio recente aconteceu na sexta-feira (13), durante uma viagem de ônibus a caminho do Santuário de Fátima, um famoso ponto turístico português.
De acordo com o relato da baiana, tudo aconteceu quando ela estava descansando no ônibus, precisou inclinar a poltrona para ficar mais confortável, quando uma passageira portuguesa, que estava logo atrás, reclamou e pediu que ela voltasse a poltrona para a posição reta.
“Se não for te incomodar, pode levantar a poltrona”. Pediu de uma forma educada a portuguesa.
Quando Denny se recusou, a mulher disse que não sabia de onde ela vinha, mas que em Portugal as coisas funcionavam de outra forma.
Em resposta, a brasileira afirmou: “Você não sabe de onde eu venho, mas eu vou te dizer de onde eu venho. Eu não vou tolerar mais falas racistas, preconceituosas comigo”.
Para registrar a situação e se defender, brasileira decidiu começar a gravar a conversa. A portuguesa, então, ligou para a polícia, e quando chegaram em Fátima, os policiais abordaram Denny. Ela, por sua vez, fez uma transmissão ao vivo em sua conta no Instagram para mostrar o que estava acontecendo.
Segundo ela durante a abordagem, os policiais tentaram pedir seus documentos, mas ela se recusou a entregá-los, afirmando que os seguiria até a delegacia para registrar uma queixa de racismo contra a mulher.
O vídeo foi arquivado no perfil de Denny devido aos ataques que ela recebeu nos comentários, incluindo mensagens de ódio de um grupo extremista chamado 1143, o que gerou medo na baiana.
Ela relatou que, desde o incidente, tem recebido ameaças e ataques principalmente no Twitter e no Instagram. “Eu estou realmente sentindo medo, porque eu sei que é um grupo em que eles não param de me mandar mensagem”, disse a baiana.
Denny também afirmou que os policiais não a levaram para a delegacia, provavelmente devido à gravação que ela estava fazendo. Ela tentou ir até a delegacia, mas os agentes a orientaram a se dirigir a um posto policial. De maneira curiosa, a mulher acusada de racismo registrou uma queixa contra Denny, invertendo os papéis, algo que a brasileira descreveu como “ironia do destino: o agressor passou a ser a vítima”.
De acordo com a brasileira este não é o primeiro incidente de agressão e racismo enfrentado por Denny enquanto vive em Portugal. Em agosto deste ano, ela foi agredida na rua e teve seu celular quebrado por um homem português que puxou seu cabelo. A baiana destacou que esse tipo de ataque, motivado pela cor de sua pele, é comum em Portugal, onde o preconceito racial é muito forte. Na época, o caso foi denunciado ao Ministério Público, mas foi arquivado por falta de provas e câmeras de segurança.
O caso mais recente, ocorrido em Fátima, também será denunciado. Embora o vídeo da transmissão ao vivo tenha sido arquivado no perfil de Denny, ela guardou os prints das mensagens de ódio como prova e pretende apresentá-las às autoridades.
Da Redação Na Rua News
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