A Justiça Federal aceitou a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra 16 pessoas e as empresas Vale e Tüv Süd pelo rompimento da barragem I, da mina de Córrego do Feijão, em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte. O desastre ocorreu no dia 25 de janeiro de 2019 e matou 272 pessoas (incluindo duas grávidas e seus respectivos bebês). Três corpos seguem desaparecidos, mas ainda são procurados pelo Corpo de Bombeiros.
O processo estava sob a competência da Justiça mineira e, na última sexta-feira (20), foi encaminhado para a instância federal. O movimento ocorreu após uma determinação da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, que evitou que os crimes ambientais prescrevessem.
“São vários crimes ambientais, cada um deles com uma pena diferente, mas a prescrição é regulada de acordo com o patamar máximo da pena. Tenho certeza que a Justiça irá se manifestar antes da data de 25 de janeiro, em que se completa quatro anos dos fatos. Os crimes são graves, mas na norma penal, não têm penas tão elevadas quanto o crime de homicídio. Esses crimes ambientais interessam mais com relação às pessoas jurídicas, que são a Vale e a Tüv Süd , para que não fiquem impunes”, destacou a procuradora Mirian Lima após a decisão da ministra.
Homicídio qualificado
Além disso, concluiu-se que os crimes foram praticados mediante recurso que impossibilitou ou dificultou a defesa das vítimas – já que o rompimento da barragem ocorreu de forma abrupta e violenta, tornando impossível ou difícil a fuga de centenas de pessoas que foram surpreendidas em poucos segundos pelo impacto do fluxo da lama – e o salvamento de outras centenas de vítimas que estavam na trajetória da massa de rejeitos.
Crimes ambientais
O que diz a Vale
“A Vale reafirma o seu profundo respeito pelas famílias impactadas direta e indiretamente pelo rompimento da Barragem 1, em Brumadinho, e segue comprometida com a reparação e compensação dos danos. A companhia reforça que sempre pautou suas atividades por premissas de segurança. A partir do recebimento da denúncia, compete ao advogado David Rechulski a defesa jurídica da empresa”.
Da Redação Na Rua News / Com informações de Jornal O tempo
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