A morte da escrivã Rafaela Drumond será tema de uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. A reunião deverá ocorrer na primeira semana de julho, em data ainda a ser definida. A realização da audiência foi determinada nesta terça-feira (13), após requerimento do deputado Sargento Rodrigues (PL), durante encontro da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa.
“A falta de efetivo nas forças de segurança é um problema gravíssimo, para o qual há tempos venho cobrando do governo uma solução. O caso da Polícia Civil é ainda mais grave, pois a instituição tem o maior déficit de profissionais. As consequências da sobrecarga de trabalho dos servidores são sérias, com alto índice de afastamentos por motivo de saúde, aumento de absenteísmo e o adoecimento mental. Não dá para o governo esperar outras tragédias, como essa, para tomar uma atitude efetiva”, destaca o deputado.
Conforme definido nesta terça-feira (13), deverão comparecer a Chefe de Polícia Civil, Dra. Letícia Gamboge, o Secretário de Estado de Governo, Igor Eto, e a Secretária de Estado de Planejamento e Gestão, Luísa Barreto. A audiência irá debater a morte da escrivã e o quadro de saúde mental dos policiais civis do Estado.
A instituição enfrenta um grave problema com um déficit de servidores, o que ocasiona sobrecarga de trabalho, agravada pela falta de equipamentos e estrutura. “São constantes os relatos recebidos de servidores que se sentem vulneráveis, com cobranças excessivas e perseguições por parte de superiores”, destaca o comunicado sobre a audiência.
A morte
A morte da profissional, no último sábado (9), em Barbacena, na região do Campo das Vertentes, acendeu um alerta para a pressão psicológica sofrida pelos profissionais da instituição, visto a circulação de áudios deixados por ela indicando pressão psicológica e assédio moral.
Em um dos materiais recebidos pelos investigadores, a escrivã teria sido vítima de assédio moral, machismo e de ameaças. O suspeito das violências teria sido um servidor com cargo superior ao exercido por ela. “Eu te chamei de piranha. Risos. É muito cabecinha fraca, é muito cabecinha fraca. (….) Eu não bato em mulher, mas se você fosse homem, uma hora dessa, ou eu ou você, estava morto”, indica trecho de um dos vídeos recebidos pelo sindicato.
O caso é investigado pela Polícia Civil de Minas Gerais. Conforme a instituição, um procedimento disciplinar e um inquérito policial foram instaurados para apurar as denúncias referentes aos fatos. “A Superintendência de Investigação e Polícia Judiciária (SIPJ), por meio da Inspetoria-Geral de Escrivães, além de uma equipe da Diretoria de Saúde Ocupacional (DSO), do Hospital da Polícia Civil (HPC), estão no município de Carandaí para acolhimento e atendimento dos servidores”, disse a instituição afirmando que prestou condolências aos familiares, amigos e colegas da escrivã.
Por Brenda Oliveira/ Da Redação Na Rua News
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