A prisão de Deolane Bezerra e da mãe, Solange Bezerra, tomou conta dos noticiários nesta terça-feira (05 de setembro). Elas são alvo de uma operação que começou no fim de 2022 e investiga lavagem de dinheiro oriunda de jogos ilegais.
A operação aconteceu em todo o Brasil e, ao todo, foram cumpridos 19 mandados de prisão e 24 de busca e apreensão em São Paulo, Minas Gerais, Goiás, na Paraíba e no Paraná. Os donos de casas esportivas famosas no país, como a Esportes da Sorte e a Vai de Bet, também foram procurados pela polícia, e só não foram presos porque não foram localizados.
O que significa a lavagem de dinheiro?
A prática criminosa de lavar dinheiro é bem comum em todo o mundo e já motivou investigações envolvendo outras personalidades brasileiras, como o presidente Lula, e o ex-presidente Michel Temer. A Operação Lava-Jato, em 2014, também ficou conhecida no país ao revelar grandes esquemas de lavagem de dinheiro envolvendo empresas estatais, privadas e políticos.
Afinal, você sabe como funciona o esquema criminoso?
Apesar de comum, ele é complexo e pode ser feito de diversas maneiras.
Veja abaixo:
Segundo artigos publicados pelo Banco do Brasil e pela organização Politize, a lavagem de dinheiro consiste em transformar um dinheiro ‘sujo’ em ‘limpo’, ou seja, uma prática usada para encobrir a origem de um valor ilegal.
Isso acontece porque quando o dinheiro é oriundo de um roubo, corrupção, tráfico de drogas, e prática de jogos ilegais – que é o foco desta operação- esse valor não poderia ser utilizado porque a Receita Federal perceberia as irregularidades.

Como a prática é feita?
Existem diversas maneiras de disfarçar a origem do dinheiro e, em muitos casos, isso envolve operações internacionais.
Veja alguns exemplos abaixo:
Depósitos estruturantes: A prática seria dividir uma grande quantidade de dinheiro em vários depósitos menores, o que diminuiria suspeitas. Isso pode ser feito na conta de diversas pessoas ou em uma conta várias vezes.
Bancos no exterior: Alguns países são conhecidos como ‘paraísos fiscais’. Isso acontece porque essas nações permitem contas anônimas e sigilosas ou até mesmo sistemas alternativos que possibilitam depósitos e transferências sem apresentar documentos.
Os lavadores aproveitam a brecha para transferir valores para esses países em operações que são complexas. Os lugares que geralmente são centros dessa prática são Bahamas, Ilhas Cayman, Hong Kong, Catar, Panamá e Cingapura.
Empresas fictícias ou de fachadas: Alguns criminosos criam empresas fantasias que só existem com o objetivo de lavar dinheiro. Há também a prática de criar negócios legítimos, como postos de gasolina, bares, restaurantes, que oferecem algum tipo de serviço, mas tem como objetivo principal lavar o dinheiro. Desta maneira, o dinheiro de origem criminosa se mistura com o dinheiro “limpo” desses negócios.
Laranja: Pessoas que emprestam contas e o nome para receber esses dinheiro de origem duvidosa. Há ‘laranjas’ que sabem das transações e são remunerados pelo serviço, e outros que são utilizados sem saber.
Outras práticas comuns são: Compra de bens com dinheiro em espécie e venda fraudulenta de imóveis.
Da Redação Na Rua News
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