“Hoje foi um dia que só me fez perder a esperança”. Com voz embargada, o desabafo foi dito pela especialista em tecnologia Kelle Ventura, de 34 anos, que denuncia ter sido vítima de racismo em uma unidade da Drogaria Araujo, em Belo Horizonte. O caso aconteceu nesta segunda-feira (5), na Avenida Waldomiro Lobo, no bairro Guarani, na Região Norte da cidade.
Em conversa com a um portal de notícias a mulher contou que estava na fila do caixa para pagar uma conta quando outra cliente que também estava no local disse: “Você roubou meu cartão! Devolve, sua ladra!”.
“Eu fiquei em choque. Custei a assimilar. Na verdade, não queria acreditar que aquilo estava acontecendo comigo”, disse.
Ainda segundo Kelle, durante as ofensas, a atendente da farmácia sinalizou para a suspeita onde estava o cartão que ela procurava.
“A atendente falou: ‘Seu cartão está na máquina, senhora’. E mesmo assim ela continuou gritando. Discutimos até ela sair da loja. Foi horrível”.
Ao acionar a Polícia Militar, Kelle contou que foi desencorajada pelos militares a registrar o boletim de ocorrência, mas decidiu fazer o registro. “Eles falaram que, se eu fizesse a denúncia, ia ficar ruim pra mim”, disse.

A reportagem questionou o fato à corporação e aguarda retorno.
Além de sentir humilhada, ela disse que não teve apoio de nenhum funcionário da Drogaria Araujo e que, “inclusive, a atendente que testemunhou o fato sumiu quando a polícia chegou”, e a gerente “pediu que ela fosse para a parte de trás da loja até a PM chegar”.
A suspeita não foi identificada nem localizada.
Para Kelle, que é negra, o motivo da acusação está ligado à cor da sua pele.
“Eu jamais teria sido abordada daquela forma se fosse uma pessoa branca. Jamais!”, desabafou.
O que diz a Drogaria Araújo
A Araujo lamenta o ocorrido e informa que está à disposição para contribuir no que for necessário. Como uma empresa centenária, que tem o respeito como um de seus principais valores, a Araujo repudia quaisquer atos discriminatórios e se dedica diariamente a criar um ambiente acolhedor para que todos os clientes sintam-se confortáveis e à vontade dentro de suas dependências.
O que diz a Polícia Civil
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) recebeu a ocorrência registrada como calúnia pela mulher de 34 anos, nesta segunda-feira (5/12), no bairro Minaslândia, na capital. A Polícia Civil orienta que a vítima compareça à Delegacia Adida ao Juizado Especial Criminal do município, situada à Avenida Juscelino Kubitscheck, 3250 – Minas Brasil, para que as medidas legais cabíveis sejam adotadas.
Da Redação Na Rua News / Com informações de G1
Deixe o Seu Comentário