Em um marco importante para a medicina oncológica de Minas Gerais, um paciente do Hospital Orizonti, referência em Oncologia na capital mineira, tornou-se o primeiro a receber a aplicação da terapia radioligante com PSMA Lutécio-177 para o tratamento de câncer de próstata metastático resistente à castração.
A terapia, aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no final de 2024, surge como uma alternativa terapêutica infusional eficaz e bem tolerada, representando uma nova esperança para pacientes que enfrentam estágios avançados da doença, onde as opções de tratamento são limitadas.
A terapia radioligante é uma tecnologia inovadora que combina a terapia alvo com um elemento radioativo. Após a administração do medicamento, ele se liga às células cancerígenas do próstata por meio de uma proteína específica chamada PSMA (antígeno de membrana específico da próstata).
Uma vez ligado à célula, o medicamento é internalizado e as partículas radioativas danificam o DNA da célula, induzindo sua morte.
De acordo com o Dr. Pedro Henrique Furst Leite, médico nuclear e coordenador do setor de Medicina Nuclear e PET/CT do Hospital Orizonti, a aplicação da terapia marca um grande avanço para os pacientes mineiros. “Com a aprovação da Anvisa e a inclusão da terapia como tratamento oncológico infusional pela ANS, temos uma nova opção para pacientes com câncer de próstata resistente à castração, um dos estágios finais da doença. A primeira administração do 177Lu-PSMA-617 foi realizada com sucesso no final de 2024”, explica o especialista.
Os estudos clínicos realizados com a terapia mostraram resultados positivos, não só em termos de eficácia, mas também de segurança. A terapia demonstrou uma redução de 38% no risco de morte e de 60% no risco de progressão radiográfica em comparação ao tratamento padrão, além de um perfil de efeitos adversos gerenciável.
A terapia é indicada para pacientes adultos com câncer de próstata metastático resistente à castração (CPRCm) positivo para PSMA, que já tenham sido tratados com inibidores da via do receptor de andrógeno e quimioterapia com taxano.
O câncer de próstata avançado, caracterizado pela disseminação para outras partes do corpo como ossos e linfonodos, traz sintomas debilitantes, como fraqueza, dor óssea e cansaço extremo. No estágio avançado, o tratamento geralmente envolve terapia hormonal e quimioterapia. No entanto, os pacientes enfrentam uma série de condições clínicas que impactam significativamente sua qualidade de vida, como dor crônica, fadiga, anemia e depressão.
A chegada do PSMA Lutécio-177 traz uma nova esperança para esses pacientes, oferecendo uma alternativa terapêutica que pode melhorar tanto a sobrevida quanto a qualidade de vida.
Da Redação Na Rua News
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