Se a rotina das grandes cidades e todos os custos que ela implica já não lhe atraem tanto, talvez a Irlanda tenha uma boa oportunidade para oferecer. Nesta semana, o governo irlandês anunciou um programa que visa atrair residentes para até 30 pequenas ilhas do país. Para convencer os candidatos, as autoridades locais vão oferecer até 84 mil euros como incentivo para que os interessados possam recomeçar a vida nas áreas isoladas da ilha esmeralda.
A ajuda financeira integra o programa “Subsídio para Reforma de Propriedades Vagas”, que faz parte de um plano nacional lançado em junho para repovoar ilhas do país com baixa incidência populacional. O valor, portanto, deverá ser utilizado para renovar propriedades carentes de reformas, em ruínas ou que não foram utilizadas como residência anteriormente.
“Relacionado a esse objetivo está a nossa ambição de que os visitantes das ilhas possam continuar a experienciar e apreciar a cultura única, o patrimônio e a riqueza ambiental que as ilhas têm a oferecer”, afirma o Departamento de Desenvolvimento Rural e Comunitário da Irlanda. Brasileiros interessados em se candidatar devem possuir visto de residência no país ou alguma cidadania europeia, podendo ser da União Europeia (UE) ou do Reino Unido. Veja abaixo como aplicar.
Como são as ilhas
P, é focado apenas nos locais que, segundo o Censo 2016, possuíam residentes fixos. A população permanente dessas pequenas ilhas, no entanto, varia de apenas duas pessoas a até setecentos residentes, como é o caso de Árainn Mhór, no noroeste do país.
O governo irlandês destaca inúmeros benefícios para quem reside nesses locais, como o forte espírito comunitário, a segurança para criar os filhos e maior qualidade de ensino (com turmas pequenas). Também são pontos positivos dessas ilhas a conexão próxima com a natureza e a biodiversidade, além de índices baixos de poluição e crimes.
Por outro lado, a ausência de conexão física, como pontes, com a grande ilha esmeralda pode ser um grande impeditivo para atrair residentes para os locais. Outro fator é a limitada conexão com a internet oferecida nas ilhas, que também se soma ao baixo número de oportunidades no mercado de trabalho e, para aqueles que se arriscam a se locomover até o território principal, a baixa frequência de balsas entre os dois locais.
Como aplicar para receber ajuda de até 84 mil euros
Após adquirirem uma residência desocupada nas ilhas listadas no programa, os candidatos interessados em obter o auxílio governamental devem, primeiro, preencher um formulário com os dados da propriedade e das reformas a serem executadas. Em seguida, será necessário identificar a autoridade local representante da área em que a propriedade está localizada e enviar o documento.
- A propriedade deve estar vaga por 2 anos ou mais;
- a propriedade deve ter sido construída antes de 2008;
- deve ser o proprietário da propriedade ou estar em processo de compra;
- deve morar na propriedade como sua residência privada principal quando o trabalho estiver concluído, ou disponibilizá-la para aluguel. Se você for alugar a propriedade quando o trabalho estiver concluído, deve registrar o aluguel junto ao Conselho de Locações Residenciais;
- deve ter a liberação fiscal da Receita e seus assuntos fiscais devem estar em ordem;
- deve ter pago o Imposto sobre Propriedade Local, se aplicável;
- não deve ser uma empresa registrada ou incorporadora.
Mais detalhes sobre quais tipos de reforma o auxílio cobre pode ser encontrado no portal de informações ao cidadão da Irlanda.
Casas por menos de 1 euro na Croácia
A iniciativa de atrair moradores para vilarejos remotos não é novidade na Europa. Em junho de 2021, a prefeitura croata de Legrad colocou à venda residências ao valor de 1 kuna croata (que à época correspondia a 0,13 euro). A iniciativa tenta repovoar a cidade, que sofre com a emigração de jovens da região.
De acordo com o último levantamento demográfico feito em 2011, 2.241 habitantes vivem em Legrad. O número é ainda menor atualmente, conforme informou ao Na Rua News o prefeito do povoado, Ivan Sabolić: “Legrad se tornou um território de fronteira com poucas ligações de transporte para outros lugares. Desde então, a população diminui gradativamente’’, relatou o líder municipal.
Da Redação Na Rua News
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