A Índia ordenou a suspensão das exportações de sua principal categoria de arroz, uma medida que reduzirá pela metade os embarques do maior exportador mundial do grão. Analistas apontam que isso provocará mais inflação nos mercados globais de alimentos.
No mês passado, acompanhamento do Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (Cirad) da França mostrou que os preços internacionais ficaram estáveis, mas a tendência é de alta devido a preocupações com o El Niño.
“Os preços mundiais tenderam a se fortalecer durante a segunda metade do mês devido à forte demanda de importação, especialmente dos países do Sudeste Asiático que buscam repor seus estoques antecipando uma possível queda na produção em 2023/24 devido ao fenômeno climático El Niño”, escreveu o Cirad, em nota.
O governo indiano anunciou o veto à exportação do arroz branco não-basmati após os preços no varejo dentro do país subirem 3% em um mês, depois que chuvas de monções tardias, mas pesadas, causaram danos significativos às plantações.
A Índia responde por mais de 40% das exportações mundiais de arroz, e os baixos estoques de outros exportadores significam que qualquer corte nos embarques pode inflar os preços de alimentos, já impulsionados pela invasão russa da Ucrânia no ano passado e pelo clima instável.
“Para garantir a disponibilidade adequada de arroz branco não-basmati no mercado indiano e para conter o aumento dos preços no mercado interno, o governo da Índia alterou a política de exportação”, disse o Ministério da Alimentação do país, em comunicado divulgado pela agência Reuters.
A categoria impactada, arroz branco não-basmati e quebrado, foi responsável por cerca de 10 milhões de toneladas das 22 milhões de toneladas de exportações indianas de arroz no ano passado.
O governo esclareceu que o arroz parboilizado, que representou 7,4 milhões de toneladas das exportações em 2022, não foi incluído na proibição.
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