A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater-GO) lançam, nesta quarta-feira (09/11), seis cultivares de pequi. Dentre as mudas apresentadas ao mercado, três variações mantêm os espinhos no caroço da fruta, já as outras três são desenvolvidas sem espinhos.
É a primeira vez que são desenvolvidas cultivares de uma fruteira nativa arbórea perene do Cerrado, típica da região central do Brasil. Segundo os responsáveis pelo estudo, os novos materiais além de elevarem a produtividade e a qualidade da polpa do pequi, atendem às necessidades das agroindústrias, uma vez que a ausência de espinhos favorece a mecanização no processo de extração da polpa e acesso à amêndoa.
As cultivares sem espinhos foram chamadas de GOBRS 101, GOBRS 102 e GOBRS 103. Já as cultivares GOBRS 201, GOBRS 202 e GOBRS 203 mantêm as estruturas originais, com taxas maiores de produtividade. O destaque ficando para a GOBRS 201, capaz de produzir 85 kg por planta.
Ailton Pereira, pesquisador da Embrapa, indica que, para além das vantagens às indústrias, as variedades podem criar um maior apelo à população consumidora, que não terá que se preocupar com os espinhos do caroço, por exemplo. O consumo desse fruto faz parte da culinária e da cultura regional, principalmente dos estados de Goiás, Minas Gerais, Tocantins e do Distrito Federal.
Ele também explica que o lançamento das cultivares é uma resposta à “necessidade de diversificação genética da plantação”. “Trata-se de uma medida preventiva contra futuras doenças ou pragas, uma estratégia que deve ser adotada para minimizar o risco fitossanitário”, comenta.
Histórico da pesquisa e desenvolvimento das cultivares
De acordo com o divulgado pela Embrapa, as pesquisas com o pequi começaram no final da década de 1990. Elainy Pereira, pesquisadora da Emater, conta que, por demanda da agricultura familiar, o objetivo dos estudos era propagar a planta e, assim, aumentar a produtividade do fruto.
Árvore símbolo do CerradoFrutífera nativa do Cerrado, o pequizeiro (Caryocar brasiliense Camb.) é a árvore símbolo do bioma. É encontrado em quase toda a Região Centro-Oeste do Brasil e em parte das Regiões Sudeste, Norte e Nordeste do País. O pequizeiro é uma espécie arbórea e pertence à família Caryocaraceae. A frutificação ocorre entre os meses de outubro a março e sua colheita é feita quando os frutos maduros caem no chão. Muitas famílias, especialmente de pequenos agricultores, geram renda a partir da comercialização dos frutos que são coletados no campo. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a extração do pequi no Brasil em 2021 foi de mais de 74 mil toneladas, sendo Minas Gerais o estado responsável por mais da metade da produção nacional. Esses números, no entanto, podem ser ainda maiores, uma vez que a maior parte da comercialização do fruto ocorre no mercado informal. |
Pequi na culinária regionalO pequi pode ser servido puro ou como ingrediente de outros pratos, salgados e doces. O arroz e a galinhada com pequi não podem faltar no cardápio regional. O fruto também é usado na agroindústria em produtos como conservas, molhos, licores, sorvetes e picolés. |
Por Juliana Caldas -Via Assessoria Embrapa e Lian Lucas Da Redação Na Rua News
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