As festividades de fim de ano são um motor importante para a economia, impulsionando eventos privados, confraternizações de empresas e as celebrações de réveillon, que geram um aumento significativo no movimento de comércio, serviços e hotelaria.
Em Belo Horizonte, por exemplo, o setor hoteleiro experimentou um crescimento de cerca de 4% durante a temporada de festas, conforme dados da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Minas Gerais (Abih-MG).
Diversos hotéis da capital atingiram sua capacidade máxima, impulsionados pela venda de pacotes especiais e ceias de Natal e Ano Novo. No entanto, após o dia 2 de janeiro, o movimento diminuiu, à medida que os turistas retornaram para suas cidades de origem e o clima mais chuvoso se estabeleceu.
“Belo Horizonte tem um fluxo interessante no fim de ano, com cerca de 25% dos hóspedes vindos de outras cidades ou estados para passar as festas. Muitas dessas pessoas preferem se hospedar em hotéis, mesmo tendo familiares na cidade, em busca de maior conforto e privacidade”, afirma Maarten Van Sluys, consultor da Abih-MG.
Beatriz Almeida, gerente do Pampulha Design Hotel, relata que a procura por hospedagem foi intensa, especialmente durante a véspera de Ano Novo, quando o hotel quase atingiu a lotação total, com 95% de ocupação. O hotel ofereceu pacotes que incluíam jantar e acesso a eventos exclusivos, como a queima de fogos no deck panorâmico e um brunch no dia seguinte, com hóspedes majoritariamente provenientes de Minas Gerais e São Paulo.
Áreas de maior movimentação: Zona Sul e Pampulha
De acordo com Van Sluys, seis áreas da cidade foram analisadas em dezembro, e os dados mostram uma variação significativa na demanda por hospedagem. A Zona Sul, que abrange bairros como Savassi, Funcionários e Lourdes, foi a mais procurada, com um aumento de 58%. Já a região da Pampulha, tradicionalmente movimentada por eventos nos clubes, registrou uma alta de 51,5%, apesar da ausência da tradicional queima de fogos transmitida por uma emissora de TV local.
As áreas com menor desempenho foram a região Industrial, que abrange o Centro e parte da Região Metropolitana, com um crescimento de apenas 38%, devido à falta de eventos culturais e de lazer.
Por outro lado, a região Central teve um aumento de 48%, beneficiada pelo comércio, enquanto o Vetor Norte e Belvedere/Nova Lima apresentaram altas de 44,5% e 48%, respectivamente.
A influência das festas nos clubes
Os eventos de fim de ano realizados por clubes de Belo Horizonte foram fundamentais para o aumento da ocupação hoteleira. O Pampulha Iate Clube, por exemplo, realiza uma das festas de réveillon mais tradicionais da cidade, reunindo milhares de pessoas, principalmente de cidades do interior de Minas Gerais.
Esses eventos são um atrativo importante para os turistas, especialmente devido à Lei Seca, que leva muitos a optarem pela hospedagem para evitar dirigir após as festividades. Van Sluys observa que, a cada ano, a procura por hospedagem nas proximidades dos clubes cresce, especialmente para aqueles que preferem descansar antes de retornar às suas cidades de origem.
Declínio na procura por hospedagens na Serra do Cipó
Apesar de ser um destino popular para quem buscou um réveillon mais tranquilo e conectado com a natureza, a Serra do Cipó registrou uma queda de 15% nas reservas de hospedagem para a virada de 2025, conforme levantamento de Hizzaura Hariná, vice-presidente da Associação Comercial da Serra do Cipó.
Ela explica que, embora a procura tenha diminuído, a taxa de ocupação foi positiva ao longo de dezembro e deve se manter boa durante o verão devido às férias de janeiro de 2025.
“A ocupação caiu de 100% para 85% no réveillon, mas tivemos uma festa linda e tranquila, com um público mais seletivo, que valoriza a sustentabilidade e o ambiente natural. A cidade se destacou por oferecer opções tanto para quem queria festas mais animadas quanto para aqueles que preferiam um ambiente mais sossegado”, afirma Hizzaura.
Da Redação Na Rua News
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