O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta segunda-feira (20) que “semelhanças” históricas o “une” ao novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A participação na cerimônia que empossou o norte-americano nesta tarde teve que ser tirada da agenda do brasileiro depois que foi negada pela Justiça a devolução do seu passaporte para que ele pudesse sair do país.
Ao comentar sua relação com Trump, de quem se declara aliado e admirador, Bolsonaro citou o atentado que sofreu em setembro de 2018, durante a campanha presidencial. Para ele, a facada e os atos de 8 de janeiro de 2023, quando seus apoiadores invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, tornaram suas histórias de vida parecidas.
“Há muita semelhança entre a minha vida e a do Trump. Logicamente que ele é um milionário e eu só passei a ter mais de R$ 1 milhão na minha conta depois daquela campanha [de doações para pagamento de uma multa eleitoral] do Pix. Eu levei uma facada aqui no Brasil. O Trump levou um tiro nos Estados Unidos. Lá eles tiveram o 6 de janeiro [de 2021]. Aqui nós tivemos o 8 de janeiro. Muito semelhante, muito parecido”, disse Bolsonaro em uma live no canal Auri Verde.
O ataque ao Capitólio dos Estados Unidos ocorreu em 6 de janeiro de 2021, depois de partidários do então presidente Donald Trump serem convocados por ele a se reunirem em Washington, D.C. em protesto contra o resultado da eleição presidencial de 2020. Trump não reconhecia a derrota para Joe Biden. Na ocasião, as duas casas legislativas se reuniriam para ratificar a vitória de seu oponente.
Uma diferença, no entanto, segundo Bolsonaro, é lamentada. A de que no Brasil as pessoas estão presas e condenadas pelas invasões na semana seguinte à posse do novo governo, sem perdão aos envolvidos, como defende o ex-presidente. “Se bem que o Trump hoje deve assinar a anistia do pessoal do 6 de janeiro. Lá teve morte, aqui não teve. Então essas coisas todas nos unem”, acredita.
‘Eu posso fugir agora, qualquer um pode fugir’
Bolsonaro voltou a criticar a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes de não permitir a liberação do passaporte para que ele pudesse sair do país e acompanhar, presencialmente, a posse de Donald Trump.
Uma das justificativas do magistrado é de que o ex-presidente, indiciado em três inquéritos, um deles por supostamente tramar um golpe de Estado, poderia deixar o Brasil e não voltar mais.
“Eu fui convidado, apesar das fake news de alguns. A imprensa do mundo todo divulgou isso aí, como a imprensa do mundo todo está divulgando que eu não pude ir para lá por causa da decisão de um juiz. Um juiz que é o dono de tudo aqui no Brasil, dono da sua liberdade”.
“Ele abre inquérito, ele te ouve, ouve o delator, ele é o promotor, ele é o julgador, ele encaminha o juiz pra fazer parte da audiência… tudo ele. Tira o seu passaporte… Eu não sou réu, pô. ‘Ah ele pode fugir’. Eu posso fugir agora, qualquer um pode fugir”, declarou.
Da Redação Na Rua News
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